1. |
Sem Razão
03:58
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(Quem daqui se encontra meramente a gravar áudio novo para o colega que se apresente?)
O sol entrou com a força
Com que tem vindo a bater
(Jorra)
Entrou pela janela da cozinha
E trouxe uma ventania
Que me fez cair para o lado
(Apenas mera)
E caí para o lado
Pela mesma casa
A mesma tela
O mesmo vinho
O mesmo chão
Senhor a andar pela janela
Agarrado ao corrimão
Lavo a louça parto a trela
Chá e sumos de limão
A mesma neura tão singela
A vida é bela
Sem razão
Ó Pereira
Há tempos vi-te aqui a passar
Foi em casa do Ferreira
Naquele apartamento em Tomar
'Tás sempre na brincadeira
Até quando é preciso atinar
Quando então voltares p'rá Beira
Leva o teu amigo a jantar
Pereira tu vais ter de atinar
Nem que seja só desta vez
Pereira tu vais ter de atinar
E por favor nunca mais batas na Inês
(Ó Pereira! Epá tem cuidado, olha que dá asneira)
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2. |
Tou na Moda
03:29
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Adoro Arte
E um bom churrasco na piscina
Fui a festas no Op Art
Mas também oiço Elis Regina
Tenho um engate
É uma francesa libertina
O pai dela tem um iate
E uma tremenda narina
Ainda assim levei ao MAAT
Outra menina
Adoro aquele sotaque
De abacate e ketamina
O pólen já não bate
A erva é medicina
Eu quero um tiki taka
Com a serotonina
INFLUÊNCIA (Swipe Left)
EXCELÊNCIA (Swipe Right)
Se eu quiser saber mais sobre ti
Posso visitar o teu perfil
AUDIÊNCIA (Swipe Left)
CONCORRÊNCIA (Swipe Right)
Com licença, o que fazes aqui?
Vê-se que bem que sabes estar
Estou na moda...
Depois de vir do MAAT passo em casa
Que a verdade é que para estar OK não basta pentear-me
Um banho de água fria, ai que boa companhia
Na medida em que trabalho no meu charme
Abraço tanta gente já nem sei às quantas ando
Esqueço permanentemente os nomes todos
Não venhas com conversas complicadas, controversas
Que esta hora é para a malta andar à toa
Sinto-me um pão..
Mas tirem-me da frente esse eco-freak
Energias ascendentes e cristais no Twitch
Eu vou galar a dama virtual
Sou leão ascendente em Santo Graal
INFLUÊNCIA (Swipe Left)
EXCELÊNCIA (Swipe Right)
Se eu quiser saber mais sobre ti
Posso visitar o teu perfil
AUDIÊNCIA (Swipe Left)
CONCORRÊNCIA (Swipe Right)
Com licença, o que fazes aqui?
Vê-se que bem que sabes estar
INFLUÊNCIA (Swipe Left)
EXCELÊNCIA (Swipe Right)
Não queres sair? Posso bem passar aí
Meramente manda a morada e o andar
AUDIÊNCIA (Swipe Left)
CONCORRÊNCIA (Swipe Right)
Swipe left
Swipe right
Swipe left
Swipe right
Swipe left
Tou na moda
Da beijoca ao passou-bem
Do abraço ao tá-se bem
Tendo em conta quem vem
Faço o frete de ir à exposição
Mando um WhatsApp ao mano da medicação
(Andas por aí ya?)
Astrologia é um bom tema de conversa
(Diz-me o teu signo e ascendente)
No after ou no brunch
Toda a gente se interessa
Tou na Moda
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3. |
Escudo
02:43
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Toca o relógio,
‘Tá na hora de ir lutar.
(Dá corda e tenta erguer)
Se o rei pudesse entender...
Empunho a minha espada por ti,
(Cadê teu escudo em mim?)
Canto e choro só por te amar.
Boca seca,
Olho aberto.
Perdi vontade e a cabeça.
Se eu morrer,
Se perder,
Dás-me ajuda?
Eu espero.
Falhei nas horas,
Custa muito levantar.
(Teu escudo foi-se no fim)
O que é que custa atender?
Cantei, chorei no Discord por ti.
(Agora o Rei quer-me a mim)
Tive de fugir por te amar.
Boca seca
Olho aberto
Foi-se a vontade e a cabeça.
Eu não morri, estou aqui ainda à espera.
Eu espero.
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4. |
Celular 4
00:25
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5. |
Má Vontade
03:51
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Continuando…
Se tu andas por aí com a razão no bolso
Tua verdade num tornado, olha antes fosse,
É má vontade já nos basta o fosso
Não é preciso a vontade imaginada do teu dia de hoje
Ahhh é má vontade
É mau olhado
Ahhh é má vontade
É mau olhado
É o que for é sempre o outro a ser julgado
Parou
Esta história afinal é sobre o quê?
É sobre ti. Só quer é quem não vê
Mas não sei… Palavras para quê
Se afinal é por de dentro que o teu coração não vê
É sempre o outro a ser julgado, caraças. Será que o nosso umbigo não está sujo o suficiente?
A promiscuidade interminável das nossas cabecinhas. Hoje em dia, julgas, logo existes. As ruas da tua massa encefálica sofrem ainda mais com o seu layoff. Regurgita! Agita a tua mente!
Continuando…
Então se achas isso bem
A consciência vira tema controverso
E com tempo consome sem pressa
O pessimismo é o reumatismo da cabeça
Se é má vontade passou pela tua idade
Viveste a vida inteira na tua realidade
Aos empurrões, camaleões e contradições
Parou, hey
Continuando…
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6. |
Travessia
02:42
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Há tanta coisa que acontece
Enquanto parece que não passa nada
Eu imagino que o azar possa apanhar a atravessar a estrada
Ficas aqui com o Emiliex que ao longo desta tarde vou estar ocupada
Quando acabar de trabalhar regresso a Campolide já menos afogada
Corro ao telefone só para ver se é tua a mensagem
E desta vens ficar
Perco a pachorra se é volátil a espera
Desdita, para me atrasar
“Maldito amor que me enlouquece
Às vezes parece que fazes bruxedo”
Se ainda és o que me apetece
A dor esmorece
Guarda segredo
Tu saíste às três da tarde
passados uns minutos fiz-te uma chamada
Fértil imaginação, que até por furacão
devia ser levada
Não tem problema, na verdade
é sempre bom ouvir a tua voz falada
Quando passar esta aflição,
e a vida regressar
Saímos mais unidos para apanhar o Sol do Verão.
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7. |
Liberdade
02:47
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Oiço um belo dia
Que me entra p'la janela
Logo me arrelia
Pois sei que estou sem ela
A liberdade...
Não é culpa de ninguém
Agora a vida corre assim desse jeito
Vá-se lá culpar alguém
Mas quem?
Estou fechado
Aqui com o Mundo
Mas já não vejo a hora
De ir lá fora...
Yo quiero sentir libertad en mi vida
Viver en una finca y tener tu amor
Hasta que sea viejo e así te lo promieto
Seré tuyo siempre
Nunca estarás sola
Ay tanta soledad
Tener un canto pra mi
Y el calor de Marisol
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8. |
Celular 8
00:24
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9. |
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Oito da manhã carioca de limão
Nove da matyle, caçapolho na mão
10 da matina, copo de água e aspirina
11 da matola, pianola p’ra carola
Vou fazer um telefonema pode ser que alguém me atenda
(estou sim? Glioco)
Há tempo para fumar, e cigarros p’ra quinar
Vacas por contar porque agora nunca é tarde
Forjemos uma malha em conjunto meus amigos
Cada um na sua casa, somos meros indivíduos
Com toda a liberdade para aprimorar o áudio
Quando entrar tire os sapatos e dê o casaco ao Cláudio
O Cláudio é um jovem aspirante em engenheiro
Que nem gato é curioso, como o cão é companheiro
No estúdio passa os dias de olhos postos no seu boss
Observa como cuidadosamente corta e cose
Mas quem é o seu boss? O nome dele é Horse.
Horse? Sim, o nome dele é Horse.
Colosso de Alvalade, baterista de elite
Meramente deu o groove a todo este beat
Camadas e camadas, bongós e pianadas
Do bolso três piadas para rir às gargalhadas
Risota é importante, talvez essencial
Logo à noite na alegria temos Forja Canal
Onde eu não sou esquisito: vou de garfo ou colher
Atípico ou vulgar papo tudo o que houver
A torra é real e provavelmente eterna
Vou gastar o meu GP todo numa taberna
Deveritas
(Estou a falar com?
Pau de Zeus.
Meramente aguarde.)
Sim meu mano Sala, o que dizes é verdade
É preciso meramente jorrar tranquilidade
Viver cada dia um passo de cada vez
Fazer da quarentena uma crane de sensatez
É sermos Reis do nosso próprio Castelo
Comer uns enlatados e gravar um disco belo
É criar. Sim! Muita risota!
Ter proporções bíblicas absolutamente à porta.
Domus Secularum
Proporções Bíblicas absolutamente à porta.
Velhote, cheguei agora directo
Botei isto a gravar e vou cuspir dialecto
Concreto, não tenho meias medidas
Deixei o gelado ao sol ficou cheio de formigas
Cuca Monga deu à luz um borrego
Cuca Vid Dezanove não veio de morcego
Cheio de sede, peço um som ao Fernão
Levei com uma patyle em formato refrão
(Onde é que estão?)
Estou aqui, respira
Estava ali só a tocar lira
Quem diria
Mira
Falaste maravilha
Partilha essa tilha que daqui já brilha
Com o resto da matilha
É um estrondo, é muita ira
Como a partilha dessa trilha
Número Sete? Bem wack
Não há falha
É só escumalha
Só falam tralha
Em toda a malha
Não avacalha
Tão pouco esgalha
Dá-me essa talha
Ai a caralha!
Depois vemos quanto pinga na SPA
Retroactivos esquecidos já não há
E ainda conto com direitos na GDA
Porque é que tem de ser recibo verde?
Vá lá!
Pois bem: Jorra apenas mera
Assim vos deixo com DJ Bife na atmosfera
(Obrigado Oganzalf)
Daqui DJ Bife com uma boa notícia
Ficar em casa é uma delícia
Deitado no sofá a ver televisão
É o que eu faço o ano inteiro com um bongo na mão
Mandar quarentyle, jogar fortnyle
Fumar um biri, à noite como um chilli
Ir para a cama brincar com a minha dama
Acordar para um porro e fazer tudo de novo
Domus Secularum
Proporções Bíblicas absolutamente à porta.
(Proporções)
Cuidado com elas
Aguarda a tua vez
Acabou-se a brincadeira
Daqui Alheira vinte e três.
Alheira vinte e três, rainha de Mirandela
Vêm todos de uma vez cutucar-me à janela
Acendo o cigarro, levanto o telefone
Vou passar a chamada ao seguinte mirone
(Obrigado Alheira, os seus desejos são ordens.
Ligando para Joe Sweats!)
Chega ao fim de semana, tudo em casa a trabalhar
Telefona a minha dama e diz-me que quer brincar
Ela faz de professora eu de canalizador
Quer que eu toque à campanha só pra ler o contador
Visto o fato macaco, e o meu ar de galã
Quando estou quase a entrar, telefono ao Fanã
Desculpa bro mas hoje não vais ver o mano Joe
Fica apenas uma amostra do meu flow
Bom, o Joe não me atende
Já não é a primeira vez que eu ligo e volto a ligar
E parece que não atenderá por mais que eu volte a tentar
Mas eu preciso de uma corda pois estou quase a rebentar
E aqui na minha horda não há gente p’ra safar
Esse é outro problema que também tento antever
Mas eu sou como a cigarra, é me difícil precaver
E o rácio do que entra é inferior ao do que sai
Ai da minha vida sem os sais ai
Ai da minha vida sem os tais sais
Ai da minha vida sem os sais ai
Ai da minha vida sem os tais sais
Então? Mudar de vida, ou mudar de vícios?
A questão é sempre a mesma são diferentes os suplícios
Eu cá tenho a minha via para enxotar o tédio
Em xarope ou comprimido, Cuca Vid é o remédio
Marvila entretanto precisava de um refrão
O Ananás oferece este já em forma de Fernão:
Eu cá tenho a minha via para enxotar o tédio
Em xarope ou comprimido, Cuca Vid é o remédio
Tarde cheguei queridos amigos, atrasei-me outra vez
Fiquei parvo quando ouvi a voz da Alheira23
Fico contente por poder entrar
É mais uma do Montanha a fazer força para mudar
Que eu sou progressista em Cuca Vid
Se queres ser conservador neste grupo de irmãos
Vais fazer a quarentena para a cidade de Madrid
E eu fico aqui na Lisa a fazer loop dos refrãos
Proporções Bíblicas absolutamente à porta.
Domus Secularum
Alô alô alô, daqui Chicharro21
Tou só aqui de volta dum farfalle com atum
Feito com amor pelo mano Tio Maegis
Põe me água na boca tipo tu com foot fetish
Gravar mais umas malhas
Chamar o Ivo Canalhas
Shit, foi comprar talhas
Man tu nunca falhas
Salta já comigo vamos cair em Military
Limpamos uns amigos se tiveres um Aim Steady
Logo vou à loja todo armado em Puff Daddy
Comprar-te um UAV, baby, isso é o meu remédio
Isto não é assédio
Corona dá-me tédio
Fico no mesmo prédio
Horse tu dá-me médios
É CucaVid, baby, Disco do milénio
E as proporções tomadas não são meras, são a sério
Oh boy, já viste o que fizeste?
Topas a posição precária em que me puseste?
Eu não queria, eu nem sabia
Eu não tinha nem noção da elevação da fasquia
Primeiro o Sala com um esparguete a dar o mote na matina
Vem o Joe Sweats, maravilha
João Milão meu irmão pregaste uma rima bonita
E o outro puto, bem astuto, a disparar na Invicta
Mr. OG, Bife Mc, a família toda junta isto é mesmo assim
Fernolas deixa-me ouvir o teu sax
É que tu andas a soprar isso no max
Puto Charreira essa merda paga tax
Na quarentena mais me chamam Zirkovik
De Ak em punho sabes que és a minha dick
Sou Kanguru com o puto na bolsa
Vince Fu orienta-me a caçapoila
Cuca Monga em todo o lado, até na loiça
Pode ser que alguém nos oiça..
Cuca Virus é mutante, people grava num instante
Sem que seja redundante, a rima é natura
Sempre interessante, só mais uma derradeira
Última e primeira tão bem dita e numerosa
Cuspidela desgraçosa
O poder aqui é normal
Oh não! Voz ilícita e amiga
Gastorra legislativa p’ra dar molho à narrativa
Sem tempo é Cuca Vida, para o bem e para o mal
Isto é um mundo dos malucos pá. Let’s go!
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10. |
Se algum dia
02:52
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||
Se algum dia isto acabará
Quando é que isto um dia vai passar
Se algum dia isto acabará
Quando é que isto um dia vai passar
Segue então o jogo
(Já jorrou)
E tu não vais para novo
(Já forjou e ganhou)
O que devia ter mudado
(Meramente aguarde)
O que devia ter ficado
(Pelo seu celular)
Resta agora a vida para os demais
Mas agarrados a um tempo que ainda vinha dos pais
E usurados lá seguimos canibais
Trabalhando alienados para as forças capitais
(Diego)
E tu não vais para novo
(Diego)
Segue então o mesmo jogo
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11. |
Casa Andante
03:30
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||
Aprender a estar-se sozinho
Com os outros homens
Mas longe deles
Em que esta solidão
Não é de nós
Mas para nós
Pois aprender a estar connosco
É aprender a estar com todos
E em todos
Carteiro leva isto
A quem quiseres
Que eu sou
De quem me apanhar
Listo e novo
É nesta luta pela lucidez
Ao tentar manter-nos sãos
Dentro daquilo que somos
Que o equilíbrio se mostra
Entre aquilo que se é
E as mudanças que nos procuram
E o que é aceitar a mudança
Senão aprender com os erros?
Aceitar e desfazer
Assim somos na casa andante
Ardente
Que oxida com o tempo
Apenas um mero pensamento
Carteiro leva isto
A quem quiseres
Que eu sou de quem me apanhar
Listo e novo
Juntei no meu pensamento
Os amigos que adoro
Numa festa sem vento
E num canto sonoro
Com o peito empinado
Contei lhes que é dentro
Da casa onde moro
Que mora o amor
Sincero e verdadeiro
De todos o primeiro
É um tempo distante dos lugares comuns
É um instante
Porém mais longo que um mero pensamento
Mais fundo que a gota do sumo da vida
Estamos sós
Mas há o som e a imagem
A música e a paisagem
A palavra, a guitarra
A espera na saudade
O cosmos que não cessa a sua expansão
Os que continuam a viver e a saudar-nos
De dentro do nosso ventre
Perseverança e tranquilidade
São as baionetas da guerra invisível
Mas deixemo-nos de lugares comuns
Permanecendo no lugar de cada um
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||||
12. |
Amigos
05:53
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|
||
Um carneiro, um touro,
Um leão e um caranguejo
São todos animais
E são amigos e passeiam
De mãos dadas, divertidos
Tão bom
(De mãos dadas, divertidos, tão bom)
Eis se não quando
Vindo do mesmo passeio
Aparece um centauro
Não é bem um animal
E o caranguejo, o leão,
O touro e o carneiro
Movidos p’lo receio
Atravessam a rua
Uma carneira, uma toura e uma leoa
E uma serpente e mais nove
Rastejam noutra esquina, noutro parque
Noutro iate
Que celeste é de todos e de ninguém
Quando é que o caranguejo põe a pinça em posição?
Porque é que o touro amigo também marra com tanta agressividade?
Pergunta-se o centauro
E chega à conclusão
Que a chave da amizade está na comunicação
Foi o bode da montanha que ensinou
Na montanha continua-se a aprender
Que um amigo é sempre amigo
Se concorda com o amigo
Mas também se há discórdia sobreviver
Adopto um grifo que é rocambolesco
Por ser dois em um poupei no acto de compra
Evito os olhares, quero-o só para mim
Mas entendo que ele merece um amigo
Voou pela porta e levou-me com ele
Avisto ao longe a cena do centauro e aponto
O mito sempre foi bom a fazer novos amigos
Crianças coladas aos vidros
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Cuca Monga Lisbon, Portugal
Editora de discos fundada em 2014
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