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Solidarność

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Solidariedade
Solidarność
logo do Solidariedade
Fundação 17 de setembro de 1980 (44 anos)[1]
Sede Gdańsk, Polônia
Filiação Confederação Sindical Internacional
Pessoas importantes Lech Wałęsa
Sítio oficial www.solidarnosc.org.pl
O jornal "Solidariedade Semanal", que circulava antes de ser decretada a lei marcial na Polónia.

Solidarność (pronúncia: [sɔliˈdarnɔɕt͡ɕ] (escutar), em português Solidariedade (do nome completo, em polonês, Niezależny Samorządny Związek Zawodowy "Solidarność; em português, Sindicato Autónomo "Solidariedade") é uma federação sindical polaca fundada em 17 de Setembro de 1980 nos Estaleiros Lenin, em Gdańsk, sendo originariamente liderada por Lech Wałęsa.[1]

Na década de 1980, o Solidariedade era um amplo movimento social antiburocrático que utiliza os métodos de resistência civil não-violenta para fazer avançar a causa dos direitos dos trabalhadores e da mudança social.[2] Ele representava 9,5 milhões de membros em seu primeiro congresso em setembro de 1981, o que correspondia a 1/3 da população total da Polônia em idade de trabalho.[3]

Na década de 1970, o governo da Polônia elevou os preços dos alimentos, enquanto os salários estagnaram. Este e outros motivos levaram aos protestos de junho de 1976 e a subsequente repressão do governo aos dissidentes. Logo começaram a se formar redes clandestinas como os grupos KOR e ROPCIO para opor-se ao comportamento abusivo do governo, sendo os sindicatos uma parte importante dessas redes.[4]

Greve no estaleiro Vladimir Lenin em agosto de 1980

A primeira metade do pontificado de João Paulo II ficou marcada pela luta contra o comunismo na Polónia e restantes países da Europa de Leste e do mundo. Muitos poloneses consideram que o marco inicial da derrocada comunista foi o discurso de João Paulo II em 2 de junho de 1979, quando falou a meio milhão de compatriotas em Varsóvia e destacou o trabalho do Solidarność. "Sem o discurso de Wojtyla, o cenário teria sido diferente. O Solidariedade e o povo não teriam se sentido fortes e unidos para levar a luta adiante", acredita o escritor e jornalista Mieczylaw Czuma. "Foi o papa que nos disse para não ter medo." Dez anos depois, as eleições de 4 de junho de 1989 foram uma "revolução sem sangue" e encorajaram outros países do bloco comunista a se liberar de Moscovo. A data tornou-se simbólica da fim do socialismo real. O movimento sindical Solidariedade, liderado por Lech Walesa, obteve a vitória nas primeiras eleições parcialmente livres de todo o bloco comunista.[5]

João Paulo II foi creditado como sendo fundamental para derrubar o comunismo no Centro e Leste europeus,[6][7][8][9][10][11][12] mesmo antes de ser papa, Wojtyła já tinha uma posição inflexível contra o regime comunista.[13] por ter sido a inspiração espiritual por trás de sua queda, e um catalisador para "uma revolução pacífica" na Polônia. Lech Wałęsa, o fundador do movimento sindical Solidarność, creditou, a João Paulo II, a coragem dos poloneses de se levantarem.[11] De acordo com Wałęsa, "Antes de seu pontificado, o mundo estava dividido em blocos. Em Varsóvia, em 1979, ele simplesmente disse: 'Não tenham medo, mudem a imagem desta terra'".[12][14]

Em 1979, a economia polaca encolheu pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, em 2 por cento. A dívida externa do país chegou a aproximadamente 18 bilhões de dólares estadunidenses em 1980.[15]

O Solidariedade surgiu em 17 de Agosto de 1980, em Gdansk, nos Estaleiros Lenin, quando o governo comunista da Polônia assinou o acordo que permitiu a sua existência. Em 17 de setembro de 1980, mais de 20 comitês de sindicatos livres fundiram-se em uma organização nacional denominada NSZZ Solidariedade,[3] sendo oficialmente registrado em 10 de novembro de 1980.[16]

Lech Walesa e outros formaram um amplo movimento social antissoviético que incluía pessoas associadas com a Igreja Católica[17] e membros da esquerda antissoviética. O Solidariedade defendia atividades de não violência dos seus membros.[18]

Mural comemorando os 30 anos do sindicato

O governo tentou destruir o sindicato com a lei marcial de 1981 e muitos anos de repressões, mas, por fim, começou a negociar com o sindicato. As conversas de mesa-redonda entre o governo enfraquecido e a oposição do Solidariedade levou às eleições semiabertas de 4 de junho de 1989. Pelo fim de agosto, uma coligação liderada pelo Solidariedade foi formada para participar das eleições e, em dezembro, Wałęsa foi eleito presidente.

A Igreja Católica apoiou o movimento Solidarność e, em janeiro de 1981, Wałęsa foi cordialmente recebido pelo Papa João Paulo II no Vaticano. O próprio Wałęsa sempre considerou o catolicismo como sua fonte de força e inspiração.[19] Em 1983, na segunda viagem do papa para a Polônia, foi concedida uma audiência do papa com Wałęsa nas Montanhas Tatra. Como resultado da reunião, Wałęsa diminuiu sua atividade política para aliviar a situação interna na Polônia. Em agosto de 1983, a lei marcial que proibia o Solidariedade foi retirada e, no mesmo ano, Wałęsa recebeu o Nobel da Paz.[20]

No dia 4 de junho de 1989, houve eleições para o senado na Polônia. Pela primeira vez depois de quase meio século de ditadura comunista, os poloneses tinham a chance de votar. O resultado das urnas foi que, das 262 cadeiras do senado, 261 ficaram para o partido de oposição, o Solidariedade. O governo comunista cairia dois meses depois. Era o fim do comunismo na Polônia. "A culpa é da Igreja", disse o ditador derrotado, general Wojciech Jaruzelski. O primeiro ato do líder do Solidariedade, Lech Wałęsa, foi ir para Roma, para agradecer a João Paulo II.[21]

Desde então, tornou-se um sindicato mais tradicional, e teve relativo pouco impacto na cena política da Polónia no início da década de 1990. Um ramo político foi fundado em 1996 quando a Ação Eleitoral Solidariedade (Akcja Wyborcza Solidarność, AWS) ganhou a eleição parlamentar, 1997, mas perdeu a seguinte eleição parlamentar, em 2001.

Commons
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Referências

  1. a b Burke, Jason (31 de Maio de 2009). «Divided Poland falls out over Solidarity» (em inglês). The Guardian. Consultado em 31 de Agosto de 2017 
  2. Aleksander Smolar, '"Self-limiting Revolution": Poland 1970-89', in Adam Roberts and Timothy Garton Ash (eds.),Civil Resistance and Power Politics: The Experience of Non-violent Action from Gandhi to the Present, Oxford University Press, 2009, ISBN 978-0-19-955201-6, pp. 127-43; acesso em 6 de agosto de 2013
  3. a b «Solidarność a systemowe przekształcenia Europy Środkowo-Wschodniej» (em polaco). solidarnosc.gov.pl. Consultado em 6 de agosto de 2013. Arquivado do original em 7 de agosto de 2013 
  4. KOR: a history of the Workers’ Defense Committee in Poland, 1976-1981. Berkeley (USA): University of California Press. 1985. ISBN 0-520-05243-9 
  5. Gianni Carta. "O ano em que a cortina caiu", Carta Capital, número 549, 10 de Junho de 2009.
  6. «Pope stared down Communism in homeland - and won». Religion News Service. CBC News Online. Abril de 2005. Consultado em 1 de janeiro de 2009. Cópia arquivada em 6 de janeiro de 2009 
  7. «Pope John Paul II and the Fall of the Berlin Wall». 2008 Tejvan Pettinger, Oxford, UK. Consultado em 1 de janeiro de 2009. Cópia arquivada em 22 de setembro de 2008 
  8. Bottum, Joseph (18 de abril de 2005). «John Paul the Great». Weekly Standard. pp. 1–2. Consultado em 1 de janeiro de 2009. Cópia arquivada em 6 de julho de 2009 
  9. Maxwell-Stuart, P.G. (2006). Chronicle of the Popes: Trying to Come Full Circle. Londres: Thames & Hudson. p. 234. ISBN 978-0-500-28608-6 Verifique |isbn= (ajuda) 
  10. «Gorbachev: Pope was 'example to all of us'». CNN. 4 de abril de 2005. Consultado em 1 de janeiro de 2009. Cópia arquivada em 28 de agosto de 2005 
  11. a b «John Paul II: A strong moral vision». CNN. 11 de Fevereiro de 2005. Consultado em 1 de janeiro de 2009. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2006 
  12. a b Domínguez, Juan: 2005
  13. «BBC ON THIS DAY». bbc.co.uk. Consultado em 16 de agosto de 2014. Cópia arquivada em 11 de janeiro de 2014 
  14. «Pope John Paul II and Communism». Public domain text. May be distributed freely. No rights reserved. Consultado em 1 de janeiro de 2009  "He simply said: Don't be afraid, change the image of this land."
  15. Paczkowski, Andrzej (2007). From Solidarity to Martial Law: The Polish Crisis of 1980-1981 - A Documentary History. Budapeste: Central European University Press. p. XXIX 
  16. «Solidarność» (em polaco). encyklopedia.pwn.pl. Consultado em 6 de agosto de 2013 
  17. Steger, Manfred B (2004). Judging Nonviolence: The Dispute Between Realists and Idealists (ebook). [S.l.]: Routledge (UK). p. 114. ISBN 0-415-93397-8. Consultado em 6 de agosto de 2013 
  18. Paul Wehr, Guy Burgess, Heidi Burgess, ed. (1993). Justice Without Violence (ebook). [S.l.]: Lynne Rienner Publishers. p. 28. ISBN 1-55587-491-6. Consultado em 6 de agosto de 2013 
  19. «Lech Walesa - Biographical». nobelprize.org. Consultado em 16 de agosto de 2014. Cópia arquivada em 9 de julho de 2014 
  20. «Lech Walesa dictionary definition - Lech Walesa defined». yourdictionary.com. Consultado em 16 de agosto de 2014. Cópia arquivada em 16 de agosto de 2014 
  21. «O Papa e a História - Superinteressante». Revista Super Interessante. 4 de março de 2005. Consultado em 6 de julho de 2014. Cópia arquivada em 29 de março de 2009 

Ligações externas

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