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Zero Hedge

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Zero Hedge
Zero Hedge
Slogan Em uma linha do tempo longa o suficiente, a taxa de sobrevivência para todos cai para zero.
Tipo de sítio Blog financeiro
Agregador de notícias
Proprietário(s) ABC Media Limited
Fundador(es) Daniel Ivandjiiski
Requer pagamento? Sim
País de origem  Estados Unidos
Idioma(s) Inglês
Lançamento 9 de janeiro de 2009[1]
Endereço eletrônico zerohedge.com
Estado atual Ativo

Zero Hedge (ou ZeroHedge) é um blogue financeiro e agregador de notícias criado em 2009.[2] Seu conteúdo original é assinado sob o pseudônimo "Tyler Durden",[2] sendo o fundador e editor principal identificado pela Bloomberg como o banqueiro búlgaro-americano Daniel Ivandjiiski.[3]

Com as publicações iniciadas em 2009 com foco no mercado financeiro,[2] foi inicialmente descrito como uma mistura de "notícias de ponta, rumores e fofocas",[4] com viés pessimista[5] e libertário.[6] Com os anos, expandiu para conteúdo político não financeiro. Em 2016, em um artigo da Bloomberg, Colin Lokey, que então escrevia para o ZeroHedge, descreveu a linha editorial do site como fortementente enviesada por posições pró-Rússia,[3][7] o blogue é descrito como da alt-right radical.[7][8] Mais recentemente, tem lhe sido atribuído um viés conspiratório e de direita.[6][5] Em 2020, foi banido do Twitter por doxxing de um pesquisador chinês que o site acusava de ter relação com um suposto vazamento do coronavírus de um laboratório.[6]

A primeira publicação do Zero Hedge apareceu em 9 de janeiro de 2009,[9][1] e o domínio foi registrado em 11 de janeiro de 2009 sob o nome de Krassimir Ivandjiiski, pai de Daniel Ivandjiiski.[10][5] De acordo com o Boston Business Journal, o site "publica notícias e opiniões financeiras, agregadas e originais" de vários escritores da indústria financeira,[2] sendo descrito como uma fonte de "notícias de ponta, rumores e fofocas na indústria financeira",[4] com viés pessimista[5] e libertário.[6] Nos primeiros anos do Zero Hedge, ele estava associado com críticas a negociações de alta frequência ("High-frequency trading").[4] Quase todos os artigos internos são assinados sob o pseudônimo coletivo "Tyler Durden", personagem do livro e filme Clube da Luta de Chuck Palahniuk.[2][1] Na sua criação, o Zero Hedge publicou um manifesto sobre os objetivos do site:

Visões financeiras

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Recriação de um gráfico típico do Zero Hedge, mostrando os balanços dos bancos centrais americano, europeu e japonês e o preço das ações da Amazon (AMZN)

A crença mais forte do Zero Hedge está na Escola Austríaca, e que os ciclos econômicos são realmente ciclos de crédito, e que a flexibilização quantitativa ("QE") pelos bancos centrais globais é um esquema temporário e artificial de suporte aos preços dos ativos, que torna o ciclo de crédito ainda mais extremo; e, portanto, as opiniões fortemente pessimistas do site. Como resultado dessa visão, o Zero Hedge tem preferência por ativos que estão fora do sistema bancário central, incluindo metais preciosos, ouro e criptomoedas.[4][11] O site é fortemente contra a Escola Keynesiana,[12] e vê a flexibilização quantitativa como um "truque de impressão de dinheiro",[13] e difama os defensores dessa abordagem, como Paul Krugman em particular.[14]

Um crença relacionado com às visões acima é que os bancos centrais nacionalizaram os mercados de capitais, que os preços são artificiais e não refletem a teoria econômica, que as instituições financeiras dos EUA lucraram com isso e que a manipulação dos preços dos ativos gerou desigualdade de riqueza na sociedade e riscos financeiros acumulados. O Zero Hedge geralmente mostra o gráfico dos balanços dos principais bancos centrais versus o preço das ações da Amazon.

Deixando de lado as visões macroeconômicas e as teorias da conspiração, o Zero Hedge é apontado como uma fonte de pesquisa detalhada de bancos e instituições de investimento de Wall Street sobre o mercado de capitais e títulos, que podem ser captados pela mídia financeira.[15][16][17] Nos primeiros anos do Zero Hedge, ele estava associado à exposição do mundo desconhecido do comércio de alta frequência ("High-frequency trading"), e as técnicas de HFT que o Zero Hedge alegou equivaliam à manipulação de mercado.[4]

Visões políticas

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Com o passar do tempo, expandiu para conteúdo político não financeiro. O artigo de 2016 "Desmascarando Zero Hedge", da Bloomberg, citou o ex-funcionário do site Colin Lokey dizendo: "Não posso ser o tempo todo um líder de torcida para o Hezbollah, Moscou, Teerã, Pequim e Trump. Está errado, ponto. Eu sei que isso lhe dá visualizações agora, mas vai destruir sua marca a longo prazo. Isso não é uma revolução. É uma piada." Também disse que foi pressionado a enquadrar as questões de uma forma que considerou "insincera", resumindo suas posições políticas como "Rússia=boa. Obama=idiota. Bashar al-Assad=líder benevolente. John Kerry=burro. Vladimir Putin=maior líder da história", afirmando que o site tinha uma Russofilia intencional.[7][3] No contexto das Eleições nos Estados Unidos em 2018, foi classificado como um blogue de direita alternativa.[19][20] radical,[8] e pró-rússia.[5][7][21]

Em 2020, a conta do site foi banida no Twitter por revelar informações pessoais de um pesquisador chinês, que o site alegava estar ligado a um suposto vazamento do coronavírus de um laboratório. Nesse contexto, o The Washington Post escreve que "Nos últimos anos, o blog ampliou as teorias da conspiração de direita em uma variedade de tópicos".[6] Já o jornalista americano Seth Hettena comentou em um artigo do jornal progressista The New Republic que Zero Hedge se tornou "um fórum para as vozes odiosas e conspiratórias dos homens brancos raivosos da direita alternativa. Racistas, antissemitas, extremistas de direita e teóricos da conspiração eram um público mal atendido e, como se vê, lucrativo."[5]

Referências

  1. a b c Joe Hagan (25 de setembro de 2009). «The Dow Zero Insurgency». New York 
  2. a b c d e Moore, Galen (19 de dezembro de 2012). «Bank of America blocks employees from reading Zero Hedge blog». Boston Business Journal (paywall) 
  3. a b c «Unmasking the Men Behind Zero Hedge, Wall Street's Renegade Blog». Bloomberg. 19 de abril de 2016 
  4. a b c d e Noah Smith (2 de maio de 2016). «We are all Zero Hedge now» (em inglês). Bloomberg 
  5. a b c d e f Hettena, Seth. «Is Zero Hedge a Russian Trojan Horse?». The New Republic. ISSN 0028-6583 
  6. a b c d e Derek Hawkins (1 de fevereiro de 2020). «Twitter bans Zero Hedge account after it doxxed a Chinese researcher over coronavirus». The Washington Post (em inglês) 
  7. a b c d Wallace-Wells, Benjamin. «Is the Alt-Right for Real?». The New Yorker (em inglês) 
  8. a b Nast, Condé (17 de junho de 2020). «Google and Facebook Are Cracking Down on the Far Right». Vanity Fair (em inglês) 
  9. «Wall Street's diarrhea shi(f)ting to Park Street er... Avenue» (em inglês). Zero Hedge. 9 de janeiro de 2009 
  10. «zerohedge.com» (em inglês). domaintools.com 
  11. «Money is gold ... and nothing else» (em inglês). Zero Hedge. 5 de maio de 2018 
  12. «The Follies & Fallacies of Keynesian Economics». Zero Hedge. 22 de fevereiro 2016 
  13. «Por que a loucura da impressão de dinheiro do Japão importa?» (em inglês). Zero Hedge. 19 de novembro de 2014 
  14. «Por que Paul Krugman é um imbecil — ou uma fraude» (em inglês). Zero Hedge. 9 de julho de 2010 
  15. «Goldman Sachs's Top 8 Disrupters». The Wall Street Journal. 9 de agosto de 2013 
  16. «The Finance 202: Trump buys Chinese line on tariffs». The Washington Post. 11 de abril de 2018 
  17. Min Zing (11 de abril de 2011). «Pimco Goes Negative on U.S. Debt». The Wall Street Journal 
  18. «Manifesto do Zero Hedge» (em inglês). Zero Hedge. 2009 
  19. Zhang, Chi (19 de abril de 2018). «WeChatting American Politics: Misinformation, Polarization, and Immigrant Chinese Media». Columbia Journalism Review (em inglês) 
  20. Kreps, Sarah (26 de junho de 2020). «The role of technology in online misinformation». Brookings Institution. p. 4 
  21. Alexandra Scaggs (27 de junho de 2017). «A weekend in Texas with ZeroHedge readers, Part 1». Financial Times 

Ligações externas

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