Itabuna
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Município do Brasil | |||
De cima, da esquerda para a direita: Centro Comercial, centro; Estacionamento do Shopping Jequitibá e centro da cidade ao fundo; Av. Amélia Amado; Ponte sobre o rio Cachoeira, com o bairro nobre Jardim Vitória ao fundo; Av. Amélia Amado e centro da cidade ao fundo; rio Cachoeira e edifícios dos bairros nobres Góes Calmon (à esquerda) e Jardim Vitória (à direita) |
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Símbolos | |||
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Hino | |||
Lema | Merces Laborum Suorum "A recompensa de seus trabalhos"[1] | ||
Gentílico | itabunense[2] | ||
Localização | |||
Localização de Itabuna na Bahia | |||
Localização de Itabuna no Brasil | |||
Mapa de Itabuna | |||
Coordenadas | 14° 47′ 09″ S, 39° 16′ 48″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Bahia | ||
Municípios limítrofes | Buerarema, Barro Preto, Ibicaraí, Ilhéus, Itajuípe, Itapé e Jussari | ||
Distância até a capital | 426 km | ||
História | |||
Fundação | 1910 (114 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Augusto Narciso Castro (PSD, 2021–2024) | ||
Vereadores | 21[3] | ||
Características geográficas | |||
Área total IBGE/2022[4] | 401,028 km² | ||
• Área urbana IBGE/2019[5] | 27,16 km² | ||
População total (Censo de 2022) [6] | 186 708 hab. | ||
• Posição | (BA: 7º) · (NE: 32°) · (BR: 161º) | ||
• Estimativa (2024[6]) | 196 676 hab. | ||
Densidade | 465,6 hab./km² | ||
Clima | tropical úmido | ||
Altitude | 54 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[7]) | 0,712 — alto | ||
• Posição | (BA: 5º) · (BR: 1546º) | ||
Gini (PNUD/2010[8]) | 0,56 | ||
PIB (IBGE/2021[9]) | R$ 4 200 813,90 mil | ||
• Posição | (BA: 16°) · (BR: 323°) (2021) | ||
PIB per capita (IBGE/2021[9]) | R$ 19 618,70 | ||
Sítio | «Sítio oficial» (Prefeitura) |
Itabuna é um município brasileiro no interior e sul do estado da Bahia. Está localizada a cerca de 426 quilômetros da capital da Bahia, estando em torno de 333 quilômetros de distância dessa cidade via ferryboat. É o sétimo município mais populoso da Bahia e o 32° do Nordeste. Itabuna, em conjunto com o município vizinho Ilhéus, forma uma aglomeração urbana classificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como uma capital regional B, exercendo influência em mais de 40 municípios que, juntos, apresentam pouco mais de um milhão de habitantes.[10] Itabuna está situada na Região Geográfica Imediata de Ilhéus-Itabuna, dentro da Região Geográfica Intermediária de Ilhéus-Itabuna.
Segundo o IBGE, o município de Itabuna tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,712 (2010), compartilhando a quinta posição com Feira de Santana no estado da Bahia, ficando atrás somente de Salvador, Lauro de Freitas, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães. É um dos oito únicos municípios da Bahia com IDH alto.[11][12][13][14][15]
É terra natal do escritor Jorge Amado, que a descreve em algumas de suas obras, como Gabriela, Cravo e Canela e Terras do Sem Fim.[16]
Topônimo
[editar | editar código-fonte]Conforme Eduardo Navarro em seu Dicionário de Tupi Antigo (2013), o nome "Itabuna" é derivado dos termos tupis itá + abuna, que significa "padre de pedra" (itá, pedra + abuna, padre). O nome é uma referência a uma formação rochosa que se assemelha a um padre.[17] Essa formação rochosa veio a designar o terceiro distrito de Ilhéus, Cachoeira de Itabuna, ao qual pertencia a localidade de Tabocas, que veio a dar origem ao atual município de Itabuna.[18]
História
[editar | editar código-fonte]Por volta do ano 1000, as tribos indígenas tapuias (especificamente, os aimorés)[19] que habitavam na região foram expulsas devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia.
No século XVI, quando chegaram os primeiros portugueses à região, a mesma era habitada pelos tupiniquins, grupo indígena do tronco tupi. Os portugueses implantaram, na região, a capitania de Ilhéus, porém esta fracassou economicamente devido aos constantes ataques dos índios aimorés, que, a partir da década de 1550, retornaram à região, provenientes do interior do continente.[19][20]
O povoamento de origem europeia na região só se consolidou a partir do momento em que esta passou a servir como principal ponto de passagem de tropeiros, que se dirigiam a Vitória da Conquista. Na área cortada pelo rio Cachoeira, surgiu, em 1857, o Arraial de Tabocas, em meio à mata, que estava sendo ocupada por não índios. O nome Tabocas, segundo a tradição, deve-se a um imenso jequitibá, de cuja derrubada fora feita uma disputa, sendo aquele o "pau da taboca", ou seja, da roça que se abria.[21]
A partir de 1867, intensificou-se a ocupação da região por não índios - principalmente migrantes sergipanos, dentre os quais se destacam Félix Severino de Oliveira, depois conhecido como Félix Severino do Amor Divino, e José Firmino Alves, que eram primos. Félix fundou, na entrada de Itabuna, a Fazenda Marimbeta. Hoje, existe uma rua com esse nome, no bairro da Conceição. Eles vieram da Chapada dos Índios, atual Cristinápolis. A eles, se atribui a fundação da futura cidade de Itabuna.[22]
Em trinta anos, o crescimento da povoação foi tanto que, em 1897, os moradores pleitearam sua emancipação, que foi negada. Nova tentativa foi feita, junto ao governo estadual, em 1906, comprometendo-se Firmino Alves a doar os terrenos para que fossem erguidas as sedes administrativas.[23]
Emancipação
[editar | editar código-fonte]Fundado em 1910, o município de Itabuna tem sua cronologia confundida com a própria origem do seu perímetro urbano, a partir de meados do século XIX, reduzindo-se a importância da centenária Ferradas, que foi a primeira vila — com o nome de Dom Pedro de Alcântara, três décadas antes de Tabocas — e o primeiro povoamento não indígena no território daquele que viria a ser o município de Itabuna.[24]
Em abril de 2011, foi protocolado, na Assembleia Legislativa da Bahia, uma proposta do deputado Gilberto Santana, do Partido Trabalhista Nacional, para a criação da Região Metropolitana do Cacau, que englobaria os municípios de Almadina, Arataca, Aurelino Leal, Barro Preto, Buerarema, Camacã, Canavieiras, Coaraci, Floresta Azul, Ibicaraí, Ibirapitanga, Ilhéus, Itabuna, Itajuípe, Itacaré, Itapé, Itajú do Colônia, Itapitanga, Jussari, Maraú, Mascote, Pau Brasil, Santa Luzia, São José da Vitória, Ubaitaba, Una e Uruçuca.[25][26]
Demografia
[editar | editar código-fonte]População (censo)
[editar | editar código-fonte]Segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de Itabuna é de 186 708 habitantes, ocupando a posição 7ª na Bahia, 32ª no Nordeste e 161ª no Brasil. Em comparação com o Censo 2010, houve uma queda de -8,69%. Apesar da redução da população, Itabuna continua sendo um dos dez municípios mais populosos da Bahia, superando em população o município vizinho Ilhéus, que tem 178 703 habitantes e está na 8ª posição no estado.[27][28][29][30] Mais dados da população abaixo:
- População (Censo 2022): 186 708.
- População (Censo 2010): 204 667.[31]
- População (Censo 2000): 196 675.[32]
- População (Censo 1991): 185 277.[33]
Conforme se ver, o Censo de 2010 foi onde o município registrou a maior população na Nova República.
População (estimativa)
[editar | editar código-fonte]De acordo com a estimativa de 2024 do IBGE, a população do município era de 196 676 habitantes.[34]
População urbana, rural e por sexo
[editar | editar código-fonte]- População urbana (2010): 199 643.
- População rural (2010): 5 024.
- População masculina (2010): 96 936.
- População feminina (2010): 107 731.[35]
Geografia
[editar | editar código-fonte]Clima
[editar | editar código-fonte]Dados do Departamento de Ciências Atmosféricas, da Universidade Federal de Campina Grande, mostram que Itabuna apresenta um clima com média pluviométrica anual de 1891 mm[36] sendo o mês de março com maior precipitação e setembro com a menor média mensal e temperatura média anual de 23 °C, sendo julho com a temperatura mínima mais baixa do ano e janeiro a mais alta.[37]
Dados climatológicos para Itabuna | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima média (°C) | 32,1 | 30,3 | 29,1 | 27,2 | 25,5 | 23,2 | 22,1 | 23,0 | 24,7 | 27,0 | 28,6 | 29,3 | 26,8 |
Temperatura média (°C) | 25,7 | 25,0 | 24,0 | 23,3 | 23,4 | 20,6 | 19,2 | 19,5 | 21,8 | 23,5 | 24,5 | 24,8 | 23,0 |
Temperatura mínima média (°C) | 21,4 | 21,6 | 21,7 | 21,1 | 19,7 | 16,0 | 14,3 | 15,7 | 19,7 | 20,0 | 20,8 | 21,3 | 19,4 |
Precipitação (mm) | 148,8 | 148,0 | 197,8 | 150,0 | 179,5 | 162,3 | 178,7 | 155,6 | 110,7 | 140,4 | 160,2 | 159,0 | 1 891,0 |
Fonte: Departamento de Ciências Atmosféricas.[36][37][38][39] |
Economia
[editar | editar código-fonte]Com relação à economia, Itabuna é um dos vinte municípios mais ricos do estado da Bahia. Segundo o IBGE, o produto interno bruto (PIB) do município em 2021 era de R$ 4,2 bilhões, ocupando a posição 16° na Bahia e 323° no Brasil. Em 2021, o PIB per capita era de R$ 19.618,7, ocupando a posição 63° na Bahia e 3179° no Brasil.[40][41][42]
O principal centro comercial e econômico da cidade é a Avenida Cinquentenário, famosa por ser um local de compras, comércio, bancos e muito movimento. A avenida responde pela maior concentração de lojas da cidade.[43][44][45][46][47]
Há em Itabuna um pouco mais de 20 mil empresas ativas. Entre as principais atividades econômicas de Itabuna estão os setores de serviços, comércio varejista, alimentos, restaurantes, manufatura, indústrias da transformação, construção, etc. O setor de serviços ocupa a primeira posição, com um pouco mais de 9 mil empresas ativas.[48][49][50]
A cidade conta com um shopping center, o Shopping Jequitibá, inaugurado em 5 de maio de 2000 e localizado na Avenida Aziz Maron. O Shopping Jequitibá é o maior centro comercial do sul da Bahia.[51][52][53][54]
Saúde
[editar | editar código-fonte]Em 2009, Itabuna contava com 84 estabelecimentos de saúde. Com relação à mortalidade infantil, em 2020, teve uma taxa média de 15,86 óbitos por mil nascidos vivos.[55]
O município conta com alguns hospitais importantes. Um deles é o centenário Hospital Calixto Midlej Filho, que é administrado pela Santa Casa de Misericórdia de Itabuna e é referência no interior da Bahia. O Hospital Calixto Midlej Filho foi inaugurado em 7 de setembro de 1922.[56][57][58] Outro hospital importante é o Hospital de Base Luis Eduardo Magalhães, inaugurado em 27 de setembro de 1998 e que atendeu, em 2017, 139 municípios.[59][60][61][62] Segundo a Prefeitura Municipal de Itabuna, o Hospital de Base Luis Eduardo Magalhães recebe diariamente pacientes de mais de 168 municípios, além de Itabuna.[63]
Cultura
[editar | editar código-fonte]Artes
[editar | editar código-fonte]No dia 26 de julho de 2019 houve a formação de um local de grande importância para a cultura da cidade de Itabuna, que foi a inauguração do Teatro Candinha Dórea. A grande inauguração contou com a presença do governador da Bahia, Rui Costa (político), e a secretária estadual de Cultura, Arany Santana.[64]
A obra da prefeitura ficou paralisada há cerca de uma década, e foi finalizada graças um repasse de recursos da ordem de R$ 30 milhões do Governo do Estado.[64]
O espaço criado possui capacidade para cerca de 600 pessoas, e contou com a presença de artistas na sua inauguração sendo eles Ivete Sangalo, Luiz Caldas, Chiclete com Banana, Simone & Simaria, além da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) e o Ballet do Teatro Castro Alves.[64]
O novo teatro que é apto a receber espetáculos nacionais e internacionais, possui em sua estrutura física todas as normas ambientais, de segurança e acessibilidade, além de possuir uma moderna iluminação, sonorização, mecânica, cênica e acústica, um amplo lobby, camarim, sanitários, salas de apoio e administração.[64]
Música
[editar | editar código-fonte]Alinne Rosa foi reconhecida pela revista norte-americana Billboard como umas das maiores cantoras de Axé no Brasil.[65]
Transportes
[editar | editar código-fonte]Itabuna conta com um terminal rodoviário, construído em 1967, localizado no centro da cidade. O terminal, conhecido formalmente como Terminal Rodoviário Francisco Ferreira da Silva, conta com os serviços das empresas Rota Transportes, Viação Águia Branca, Cidade Sol, Expresso Brasileiro, Gontijo, Rio Doce, entre outras.[66][67]
Há na cidade um antigo aeroporto, chamado Tertuliano Guedes de Pinho, inaugurado entre as décadas de 1940 e 1950. Devido a ineficiência e falta de segurança, o aeroporto teve o funcionamento cancelado em 2004 pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).[68][69][70][71][72]
Em 2022, Itabuna teve uma frota de 87 345 veículos, sendo o automóvel o mais utilizado.[73]
Subdivisões
[editar | editar código-fonte]Itabuna tem entre 50 e 60 bairros. O município tem apenas um distrito, que é Itabuna (sede). Até o início dos anos 2000, Ferradas, lugar onde nasceu o escritor Jorge Amado, foi um distrito. Hoje, Ferradas é um bairro.[74][75][76][77]
O bairro mais populoso de Itabuna é a Califórnia, com 12 312 habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE. O bairro Santo Antônio é o segundo mais populoso (10 418 habitantes) e o São Caetano é o terceiro (8 908 habitantes). O bairro com a menor população é Vila Maria, com 175 habitantes.[78][79]
O bairro mais antigo de Itabuna é o Pontalzinho, fundado em 1914.[80]
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Edifícios do Jardim Vitória, bairro nobre de Itabuna
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Praça do bairro Mangabinha, um dos mais populosos da cidade
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Rua Isolina Guimarães, Zildolândia, bairro nobre da cidade
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Categoria:Naturais de Itabuna
- Itabuna Esporte Clube
- Estádio Luiz Viana Filho (Itabuna)
- Lista de prefeitos de Itabuna
Referências
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- ↑ administrador (23 de março de 2024). «Califórnia lidera como o bairro mais populoso de Itabuna, revela Censo do IBGE». Correio do Estado Bahia. Consultado em 5 de junho de 2024
- ↑ «Os bairros mais antigos, especial de historia para A Regiao». www.aregiao.com.br. Consultado em 5 de junho de 2024
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Rodrigues, Kaliana Guimarães (2012). Dinâmica urbana no município de Itabuna (Ba): o mercado imobiliário e as políticas urbanas (1990 - 2010) (PDF) (Dissertação de Mestrado em Geografia). Campinas: IG-UNICAMP.
- Silva, Ayalla Oliveira (2010). «As origens de Itabuna: o mito e a história». Mosaico. 2 (4): 96-119. ISSN 2176-8943. doi:10.12660/rm.v2n4.2010.62794
- Silva, Ayalla Oliveira (2018). Ordem imperial e aldeamento indígena: Camacãns, Gueréns e Pataxós do Sul da Bahia (PDF). Ilhéus: Editus. ISBN 9788574555287 – via Scielo