Jornal de Notícias
Jornal de Notícias | |
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S.A. | |
Periodicidade | Diário |
Formato | Berlinense |
Sede | Santo Ildefonso, Porto |
País | Portugal |
Fundação | 1888 |
Pertence a | Global Media Group, SA |
Diretor | Inês Cardoso |
Idioma | Português |
Página oficial | jn.pt |
Jornal de Notícias MHM, também conhecido por JN, é um jornal diário português,[1] fundado em 1888, no Porto.
História
[editar | editar código-fonte]Fundação
[editar | editar código-fonte]O Jornal de Notícias foi fundado por José Diogo Arroio (o seu primeiro director), Manuel Vaz de Miranda e Aníbal da Costa Morais, tendo a sua edição inaugural (de 4 páginas e tiragem de 7500 exemplares) sido posta à venda no dia 2 de junho de 1888, por 10 réis.[2] Os membros fundadores eram figuras do Partido Regenerador, sendo este um periódico monárquico que se afirmava como um jornal preponderantemente noticioso e objectivo, apesar dos constantes ataques contra o governo progressista. Publicava notícias nacionais e internacionais, com uma página de anúncios publicitários.[3][4][5]
Em março de 1890 aumenta a sua tiragem de 12 500 para 16 000 exemplares, com o objectivo de apoiar os regeneradores, e em particular João Marcelino Arroio, na campanha das eleições legislativas. Em 1907 tinha já uma tiragem de 42 000 exemplares e era o jornal de maior circulação no norte do país. Também neste ano, o jornal abandona a linha editorial monárquica que tinha até então e adopta uma vertente republicana, em defesa dos interesses do Norte, e introduz um estilo mais acessível ao grande público, por oposição a elites políticas, sociais e intelectuais.[3][5]
O investimento desde cedo na utilização de fotografia leva a que publique fotografias de Teófilo Braga, Afonso Costa, António José de Almeida, Bernardino Machado, Basílio Teles e António Luís Gomes. Em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial, deixa de fazer a edição das segundas feiras.[4]
Em 1911 a redacção muda-se da Rua de D. Pedro para a Rua Elias Garcia, e em 1926 instala-se na Avenida dos Aliados, onde se vai manter até 1970, quando se desloca para o emblemático edifício da Rua Gonçalo Cristóvão.[4]
Estado Novo
[editar | editar código-fonte]Durante a ditadura do Estado Novo, foi controlado indirectamente pelo governo, ao ser propriedade da Empresa Nacional de Publicidade (ENP), detida pela Caixa Geral de Depósitos, entre outras empresas.[6] Nesta altura distancia-se da política e é considerado pelo governo um órgão de oposição ao regime.[5]
Nos anos 50 dedica-se a chegar a mais leitores na área do Grande Porto, bem como no Norte Litoral e interior. De 1961 a 1974 atravessa um período de grande expansão, e torna-se o jornal mais lido no Porto.
Pós-25 de Abril
[editar | editar código-fonte]A sua expansão continua a seguir à Revolução do 25 de Abril. Tem uma tiragem média de 41 mil exemplares,[7] o que o coloca em 2.º lugar entre os jornais diários de informação geral em Portugal.
A 29 de Junho de 1976, já após a Revolução dos Cravos, a ENP é nacionalizada e a Empresa do Jornal de Notícias foi integrada, indiretamente, na Empresa Pública dos Jornais Notícias e Capital, em conjunto com o matutino Diário de Notícias e o vespertino A Capital, lisboetas.[8] Em 1978 é o jornal de maior difusão no país, e em 1978 é restituído à empresa proprietária.[4][5]
A 4 de Outubro de 1989 foi feito Membro-Honorário da Ordem do Mérito.[9]
A Empresa do Jornal de Notícias foi reprivatizada em 1990 através de uma OPV em bolsa, tendo a maioria do capital ficado nas mãos do grupo Lusomundo, que venceu uma cooperativa de trabalhadores do jornal na luta pelo controlo da publicação.[10][11] Em 2002 o seu controlo passa para a Portugal Telecom, e em 2005 para a Controlinveste, actualmente Global Media Group, que é detém actualmente o jornal, bem como o Diário de Notícias, a rádio TSF e o jornal O Jogo, entre outros títulos.[5][12]
Presença online
[editar | editar código-fonte]A 26 de julho de 1995, o JN anuncia na sua edição impressa a criação da sua página electrónica, sendo o primeiro diário português a fazer publicação online.[4]
Com o encerramento dos seus concorrentes - "O Comércio do Porto", a 30 de Julho de 2005,[13] e "O Primeiro de Janeiro", no final de 2014[14] - tornou-se o único jornal diário publicado na cidade invicta.
Em setembro de 2020, o Global Media chegou a acordo com o Grupo Bel, do empresário Marco Galinha, para a sua entrada como acionista da empresa. O grupo Bel foi fundado em 2001 por Marco Galinha e tem atividades em vários setores, entre os quais máquinas de vending (máquinas de venda automática) e aeronáutica, e entrou nos media em 2018, através do Jornal Económico. O empresário, natural de Rio Maior, é presidente executivo e presidente do conselho de administração do Grupo Bel, que fundou em 2001. Em fevereiro de 2021, Marco Galinha foi eleito presidente do Conselho de Administração da Global Media Group.[15]
Tiragem
[editar | editar código-fonte]A circulação do JN foi de:
- 108,000 entre Janeiro e Setembro de 2000.[16]
- 109,000 entre Janeiro e Março de 2003 [17]
- 102,000 em 2003, convertendo-se no segundo mais vendido do país[18]
- 100,188 em 2005[19]
- 92,000 em 2007, outra vez o segundo mais vendido[20]
- 65,403 em 2013[21]
Suplementos
[editar | editar código-fonte]- Suplemento Notícias Magazine ou NM (semanal, ao domingo);
- Suplemento Dinheiro Vivo (semanal, ao sábado);
- Suplemento Evasões (semanal, à sexta-feira);
- Suplemento Classificados (diário);
- Suplemento Ataque (aos sábados);
- Suplemento Urbano (aos domingos).
Direção
[editar | editar código-fonte]Directores Executivos
[editar | editar código-fonte]- José Diogo Arroio (1888 ― 1907)
- Alfredo de Figueiredo (1907 ― 1910)
- Aníbal de Morais (1910 ― 1934)
- Guilherme Pacheco (1934 ― 1942)
- Pacheco de Miranda (1942 ― 1978)
- Miguel Ramos (1978 ― 1980)
- Alberto Carvalho (1980 ― 1983)
- José Saraiva (1984 ― 1986)
- Sérgio de Andrade (1987 ― 1991)
- António Freitas Cruz (1991 ― 1993)
- Frederico Martins Mendes (1993 ― 2005)
- José Leite Pereira (2005 ― 2011)
- Manuel Tavares (2011 ― 2014)
- Afonso Camões (2014 ― 2018)
- Domingos de Andrade (2018 ― 2020)
- Inês Cardoso (2020 ― presente)
Grande Prémio Jornal de Notícias
[editar | editar código-fonte]É uma corrida ciclista profissional por etapas que se disputa anualmente em Portugal,desde o ano de 1979.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Banca de Jornais». SAPO. Noticias.sapo.pt. Consultado em 6 de janeiro de 2015
- ↑ «Do impulso político ao compromisso com o povo». Jornal de Notícias. Consultado em 18 de setembro de 2023
- ↑ a b Sousa, Fernando de (1990). «O Jornal de Notícias e a Revolta de 31 de Janeiro de 1891». Revista da Faculdade de Letras. Volume 7: História: 255-264. Consultado em 18 de setembro de 2023
- ↑ a b c d e Oliveira Teixeira, Ana Jorge de (2020). Retratos do Jornalismo Cultural do Jornal de Notícias. [S.l.]: Universidade do Minho
- ↑ a b c d e Ribeiro, Sónia Paula Silva (2012). A implicação da política editorial no tratamento noticioso: o caso do Jornal de Notícias. [S.l.]: Universidade do Minho
- ↑ Front.end. «Imprensa | GMCS». www.gmcs.pt. Consultado em 14 de março de 2017
- ↑ APTC Analise simples, recuperado em janeiro 2015
- ↑ Ministério da Comunicação Social. «Decreto-lei 639/76, de 29 de Julho». Diários da República
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Jornal de Notícias". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 4 de agosto de 2015
- ↑ Ministros, Presidência Do Conselho De. «Resolução do Conselho de Ministros 11/90, de 27 de Março». Diários da República. Consultado em 2 de junho de 2021
- ↑ Arquivo RTP. «Privatização do Jornal de Notícias»
- ↑ «Áreas de Negócio - Global Media Group». Global Media Group
- ↑ Lusa. «"O Comércio do Porto" cessa publicação com um "até à próxima"». PÚBLICO. Consultado em 8 de março de 2017
- ↑ «O histórico O Primeiro de Janeiro desapareceu»
- ↑ «Marco Galinha é o novo presidente da Global Media Group». www.jn.pt. Consultado em 22 de fevereiro de 2021
- ↑ Manuel Pinto; Helena Sousa (2004). «Portugal». In: M. Kelly; et al. The Euromedia Handbook (PDF). London: SAGE. pp. 180–190
- ↑ «Top 10 Daily Newspapers in Portugal by Circulation». Top Ten.com. Consultado em 12 janeiro 2015
- ↑ «World Press Trends» (PDF). World Association of Newspapers. Paris. 2004. Consultado em 15 fevereiro 2015
- ↑ Anabela Gradim. «Press and profitable news. A business model for online newspapers» (PDF). BOCC. Consultado em 24 janeiro 2015
- ↑ Anne Austin; et al. (2008). «Western Europe Market and Media Fact» (PDF). ZenithOptimedia. Consultado em 10 abril 2015. Cópia arquivada (PDF) em 5 fevereiro 2015
- ↑ «Portuguese Media». BPI Equity. 5 março 2014. Consultado em 2 fevereiro 2015