Maktab al-Khidamat
Maktab al-Khidamat, também Maktab Khadamāt al-Mujāhidīn al-'Arab (em árabe: مكتب الخدمات ou مكتب خدمات المجاهدين العرب, MAK), também conhecido como Direção de Serviços Afegãos, foi fundado em 1984 por Abdullah Yusuf Azzam e Osama bin Laden para angariar fundos e recrutar mujahidins estrangeiros para a guerra contra os soviéticos no Afeganistão. O MAK tornou-se o precursor para a Al-Qaeda e foi fundamental na criação da rede de arrecadação de fundos e de recrutamento que beneficiaram a Al-Qaeda na década de 1990.[1]
Durante a Guerra soviética no Afeganistão, o MAK desempenhou um papel mínimo, treinando um pequeno grupo de 100 mujahidins para a guerra e desembolsando cerca de US$ 2 milhões em doações de muçulmanos provenientes de uma rede de escritórios globais em países árabes e ocidentais, supostamente incluindo trinta dos Estados Unidos. O MAK manteve uma ligação estreita com a agência Inter-Services Intelligence do Paquistão (ISI) por meio da qual a CIA e a agência de inteligência da Arábia Saudita, Al Mukhabarat Al A'amah, canalizaram dinheiro para os mujahidins afegãos. O MAK pagou passagem aérea aos novos recrutas para que voassem à região afegã para treinamento.[2] O MAK cooperou estreitamente com a facção de Peshawar Sete, Hezb-e Islami Gulbuddin.
Como a guerra terminou, divergências de opinião surgiram entre Azzam e a Jihad Islâmica Egípcia (EIJ), liderada por Ayman al-Zawahiri, sobre a direção futura do MAK. Azzam pretendia usar a riqueza que tinha gerado e a rede que criou para ajudar a instalar um governo islâmico puro no pós-guerra no Afeganistão[3] e se opôs a "Fitna" entre os muçulmanos, incluindo ataques contra os governos de países muçulmanos. Al-Zawahiri queria usar os bens do MAK para financiar uma jihad global, incluindo a derrubada de governos em países muçulmanos considerados não-islâmicos.[4] Bin Laden, o mais importante captador de recursos do MAK,[carece de fontes]foi fortemente influenciado por Zawahiri, embora permanecesse próximo de Azzam.[5]
Em 24 de novembro de 1989, Azzam foi morto pela detonação de três bombas, por assassinos desconhecidos. Azzam, bem como seus dois filhos foram assassinados a caminho de sua mesquita local para orações noturnas.[6] Após a morte de Azzam, bin Laden assumiu o controle do MAK e a organização foi absorvida na al-Qaeda,[7] que viria a liderar a oposição em alguns países.[8] Os suspeitos incluem líderes das milícias afegãs concorrentes, a Inter-Services Intelligence paquistanesa, a CIA e o Mossad israelense,[9] bem como aqueles que se opunham ao deslocamento da jihad à Palestina - incluindo bin Laden,[10] Ayman al-Zawahiri[11][12][13] - e a inteligência do Irã.[14]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ National Commission on Terrorist Attacks Upon the United States (2004). Monograph on Terrorist Financing - Staff Report to the Commission (PDF). [S.l.: s.n.] 91 páginas
- ↑ Katz, Samuel M. "Relentless Pursuit: The DSS and the manhunt for the al-Qaeda terrorists", 2002
- ↑ Allen, Charles God's Terrorist, (2006) p.284,285
- ↑ Wright, Lawrence, Looming Tower, (2006) p.130
- ↑ Wright, Lawrence, Looming Tower, (2006) p.129,130
- ↑ Allen, Charles God's Terrorist, (2006) p.285,286
- ↑ Niblock, Tim, Saudi Arabia, (2006) p.148,149
- ↑ Department of Defense
- ↑ Peter L. Bergen, The Osama bin Laden I Know, New York: Free Press, 2006, p.97
- ↑ The Age of Sacred Terror, by Daniel Benjamin and Steven Simon, Random House, c2002, p.104
- ↑ «Soufan Ali H. "The Black Banners". cap. 11». Consultado em 4 de maio de 2014. Arquivado do original em 13 de abril de 2014
- ↑ «Soufan Ali H. "The Black Banners". cap. 135». Consultado em 4 de maio de 2014. Arquivado do original em 13 de abril de 2014
- ↑ Soufan Ali H. "The Black Banners". cap. 139
- ↑ The Iranian Intelligence Services and the War On Terror By Mahan Abedin
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Gunaratna, Rohan. 2002. “Inside Al Qaeda: Global Network of Terror”. Scribe, Melbourne.
- Lance, Peter. 2003. “1000 Years For Revenge: International Terrorism and the FBI”. Regan Books, New York.