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Sciadopitys verticillata

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Sciadopitys
Sciadopitys verticillata
Ocorrência: Cretáceo Superior–recente
Sciadopitys verticillata
Sciadopitys verticillata
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada (IUCN3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Pinophyta
Classe: Pinopsida
Ordem: Cupressales
Família: Sciadopityaceae
Luerss.
Género: Sciadopitys
Siebold & Zucc.
Espécie: S. verticillata
Nome binomial
Sciadopitys verticillata
(Thunb.) Siebold & Zucc.
Sinónimos
Ilustração de Sciadopitys verticillata (in: Louis van Houtte (editor), Flore des serres et des jardins de l'Europe.)

Sciadopitys verticillata, conhecido por kōyamaki ou pinheiro-guarda-chuva-japonês, apesar de não ser um verdadeiro pinheiro (género Pinus) e tão pouco pertencer a família dos pinheiros (Pinaceae). É uma espécie de coníferas, endémica do Japão, que constitui o único membro extante do género Sciadopitys e da família monotípica Sciadopityaceae. A espécie é considerada um fóssil vivo, sem parentes próximos vivos, com um registo fóssil de Sciadopitys que datam do Cretáceo Superior do Japão. O género foi muito difundido na Laurásia durante a maior parte do Cenozoico, especialmente na Europa até ao Plioceno.[2]

O kōyamaki, nome pelo qual a espécie Sciadopitys verticillata é conhecida, é uma conífera única endémica do Japão, membro solitário da família Sciadopityaceae e do género Sciadopitys. A espécie é considerada um fóssil vivo pois não tem parentes próximos extantes, mas estes são conhecidos nos registos fósseis desde há cerca de 230 milhões de anos.

Trata-se de uma árvore perenifólia que pode atingir entre 15 e 27 metros de altura, cujos ramos principais, de coloração acastanhada, sustentam verticilos de cladódios (caules que parecem folhas) verdes, longos e flexíveis, com cerca de 7–12 cm de comprimento. Por vexes o cladódio bifurca-se e produz um botão no "v" (na axila) da bifurcação. Estes cladódios verdes flexíveis que se assemelham e desempenham a função fotossintética de folhas, são na realidade compostos por tecidos do caulinares.

As pinhas têm entre 6 e 11 cm de comprimento, levam cerca de 18 meses a a tingir a maturidade e possuem escamas achatadas que se abrem de forma a libertar as sementes.

Apesar do seu crescimento lento e alto custo, é uma árvore bastante atraente e popular em jardins das regiões temperadas e subtropicais.

A planta foi introduzida pela primeira vez na Europa (Reino Unido) por John Gould Veitch em setembro de 1860.[3] Considerada atraente, esta árvore tornou-se popular em jardins europeus, apesar do seu crescimento lento. Ganhou o Award of Garden Merit da Royal Horticultural Society.[4][5]

Uma representação estilizada da árvore (conhecida em japonês como kōyamaki) foi escolhida como o kamon (家紋) para o ramo Akishino da família imperial japonesa. Por essa razão é o brasão do príncipe Hisahito de Akishino, actualmente o segundo na linha de sucessão do Trono do Crisântemo.

A etimologia do nome genérico Sciadopitys vem dos vocábulos gregos sciádos (σκιάδος) que significa 'guarda-sol' e pitys (πίτυς) que significa 'pinheiro'.[6] O epíteto específico verticillata é um epíteto descritivo que significa 'verticilado'.

Evidências moleculares indicam que Sciadopityaceae é o grupo irmão de um clado que inclui Taxaceae e Cupressaceae, e tem uma divergência extremamente antiga, tendo divergido do resto das coníferas durante o início do meio do Permiano. Uma origem tão antiga também tornaria a espécie uma sobrevivente do evento de extinção do Permiano-Triássico.[7]

Existem provas inconsistentes relativamente à família de plantas que produziu o âmbar do Báltico. Tanto os macrofósseis como os microfósseis sugerem um parente de Pinus, enquanto que os dados químicos e de microspectroscopia de infravermelhos sugerem parentes de Agathis ou de Sciadopitys.[8][9]

  1. Katsuki, T.; Luscombe, D.; Farjon, A. (2013). «Sciadopitys verticillata». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2013: e.T34111A2846623. doi:10.2305/IUCN.UK.2013-1.RLTS.T34111A2846623.enAcessível livremente. Consultado em 13 novembro 2021 
  2. Hofmann, Christa-Ch.; Odgerel, Nyamsambuu; Seyfullah, Leyla J. (2021). «The occurrence of pollen of Sciadopityaceae Luerss. through time». Fossil Imprint (em inglês). 77 (2): 271–281. ISSN 2533-4069. doi:10.37520/fi.2021.019 
  3. James Herbert Veitch (2006). Hortus Veitchii reprint ed. [S.l.]: Caradoc Doy. pp. 51–52. ISBN 0-9553515-0-2 
  4. «RHS Plantfinder - Sciadopitys verticillata». Consultado em 6 novembro 2018 
  5. «AGM Plants - Ornamental» (PDF). Royal Horticultural Society. Julho 2017. p. 96. Consultado em 6 novembro 2018 
  6. Wilhelm Miller (1900). Cyclopedia of American Horticulture: R-Z. New York: Macmillan. p. 1628 
  7. Stull, Gregory W.; Qu, Xiao-Jian; Parins-Fukuchi, Caroline; Yang, Ying-Ying; Yang, Jun-Bo; Yang, Zhi-Yun; Hu, Yi; Ma, Hong; Soltis, Pamela S.; Soltis, Douglas E.; Li, De-Zhu (agosto 2021). «Gene duplications and phylogenomic conflict underlie major pulses of phenotypic evolution in gymnosperms». Nature Plants (em inglês). 7 (8): 1015–1025. ISSN 2055-0278. PMID 34282286. doi:10.1038/s41477-021-00964-4 
  8. Wolfe, A. P.; Tappert, R.; Muehlenbachs, K.; Boudreau, M.; McKellar, R. C.; Basinger, J. F.; Garrett, A. (2009). «A New Proposal Concerning the Botanical Origin of Baltic Amber». Proceedings of the Royal Society B. 276 (1672): 3403–3412. PMC 2817186Acessível livremente. PMID 19570786. doi:10.1098/rspb.2009.0806 
  9. Weitschat, W.; Wichard, W. (2010). «Chapter 6: Baltic amber». In: Penney, D. Biodiversity of Fossils in Amber from the Major World Deposits. [S.l.]: Siri Scientific Press. pp. 80–115. ISBN 978-0-9558636-4-6 

Ligações externas

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